Hidroxicloroquina e cloroquina contra a Covid-19
O estudo levado em consideração para a suspensão dos testes é uma análise multinacional, envolvendo mais de 670 hospitais em seis continentes, do uso de cloroquina ou hidroxicloroquina com ou sem um macrolídeo em pacientes hospitalizados por Covid-19 de dezembro de 2019 a abril deste ano.
Dos mais de 96 mil pacientes, com idade média 53,8 anos, 14.888 pacientes estavam nos grupos de tratamento e 81.144 pacientes estavam no grupo controle. O resultado apresentado é que todos os grupos que receberam os medicamentos tiveram um risco maior de mortalidade quando comparados ao grupo controle. Além disso, o risco de arritmias ventriculares também foi maior nesses pacientes.
Este foi o maior estudo realizado até o momento com os fármacos contra o SARS-CoV-2, porém estudos anteriores também não mostraram benefícios, como um estudo chinês multicêntrico, randomizado e aberto. Neste estudo, as análises não mostraram benefício da adição de hidroxicloroquina na negativação de PCR nos subgrupos estratificados por idade, IMC, presença ou ausência de comorbidades, dias entre o início dos sintomas e randomização, valor inicial de PCR, valor inicial de linfócitos e uso ou não de agentes antivirais potenciais durante o período de estudo.
Cloroquina no Brasil
A suspensão da OMS vem menos de uma semana depois de o Ministério da Saúde do Brasil alterar o protocolo de tratamento da Covid-19, incluindo a cloroquina e hidroxicloroquina também para casos leves e moderados. Antes, os medicamentos estavam liberados apenas para uso em pacientes graves.
Antes mesmo da liberação do novo protocolo, associações médicas do país se manifestaram contra o uso dos medicamentos na doença, devido à falta de evidências de benefícios e os potenciais efeitos colaterais graves dos mesmos.
Até o momento, o Ministério e o Governo Federal não se manifestaram sobre a nova posição da OMS.
Referências bibliográficas:
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